domingo, 12 de setembro de 2010

Vozes que passam dentro de uma grande fumaça cinza. Rostos apenas relampeiam dentro dessa grande núvem, seu vapor quente se aproxima e me envolve me impulsiona me despe. Ou estive sempre nua? Objetos me atingem notas, marcas, folhas, rosas. Seriam beijos. Braços. vejo braços, mas de quem são? Agarro. Mantenho-me sustentada por mãos calejada e velhas enquanto meus cabelos vão mudando de cor, sem que eu queira. Eu já não vi esse quadro em algum lugar? Nomes flutuam por todos os lados cheios de importancia. Saberes gordos se arrantam no chão e estendem seus tentáculos para mim, tento pegá-los, me poriam eles no chão? Parece que vou despegar a qualquer momento e fazer parte dessa grande núvem, algumas luzes se acendem. É noite mas tudo continua cinza. A falsa claridade mostra tudo aquilo que é insosso, é como um mau sonho, que não é ruim o suficiente para fazernos acordar. Os braços em seguram. O vento não me deixa escutar meus pensamentos, tento registrar algo dos volumes que se insinuam por traz da fumaça. Sinto que vou soltar essas mãos que me seguram. Que importa...que importa.
Agarro um pouco mais estes apoios, e percebo
São meus esses braços.
Fecho os olhos epenso em parar, mas como? Mas quem?