sexta-feira, 22 de julho de 2011

Primeira ideia de texto:


Monstro-me


Senhores, perdoem-me,

É que acabo de descobrir-me mosntro.

Não foi a muito, posso dizer como desculpa,

Mas já que estou revelando-me monstro, anuncio sem escrúpulos ou vergonha:

Já desconfiava a um bom tempo.

Posso dizer que ficou mais claro um certo dia quando me olhei ao espelho,

Após muito tempo solitária em minha casa,

Longe da cidade e das pessoas.

E digo: só percebi pois ao segurar o espelho, como sempre faço, notei uma falta

Olhando diretamente para o meu dedão direito

Vi que faltava-me um pedaço de garra

Faltava-me a garra para segurar o espelho como sempre e olhar-me enfeitar-me.

Só então percebi minha imensa pata de monstro,

Meus fortes braços de mostro

Meu corpo arfante de monstro

E meu rosto no espelho, o rosto de um monstro.

Mas vejam bem! Não me descobri monstro fatal, terrívelassustador.

Não! Era um monstrinho que parecia estar perdendo suas forças

Seus pelos a cair

Garras e dentes diminuindo, afinando.

Diante de minha própria visão arrefeceu o monstrinho do espelho.

Incrível, deus meu incrível!

Baixei o espelho,

Que podia fazer eu?

Monstro todo este tempo? Quem diria?

As verdades obvias são sempre as mais surpreendentes pra esse tipo de desavisada que sou

O tipo cego,

Cego até para sua propria natureza!

Mas nao me entristeço, de maneira alguma, e não se assustem, meus irmãos!

Não lhes prometo que não hei de tentar devorá-los,

Mas agora temos a certeza de minha peculiaridade neste mundo!

Hão de ter que me desculpar as torpezas, as rudezas, e maldades.

Sou monstro, devo por acaso ir contra a minha mais pura natureza?

sábado, 2 de abril de 2011

E se eu pudesse captar essa poesia delicada que há em você? Com essa luz de palco sobre teu rosto, luz de cidade. Mas eu não posso, nem consigo coptar isso que é tão fugaz quanto doce e particular do teu jeito mulher. Que me emociona pelo que és e pareces. Com tua inocência de fruta fresca e tua cor provocativa.


- sem correções.
porque é.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Parado e de volta, e fogo e nada

Promessas

promessas para si.
E o tempo? O tempo indo, em calma sonolenta, molhando os quandos, os ondes, os mims.
Como a gota que cai da pia de um apartamento.
Apartamento do sétimo andar, rua qualquer de cidade grande, 18m² nenhuma vida. Lajotas brancas sorriem como retardadas ignorando sua existência suja.
E a cidade toda respira, TOSSE, respira.

Sim, promessas de um tempo-espaço-história-vida-alma. Promessas no silêncio de um olhar que espera a si mesmo no espelho. Que desafia e teme, que flerta e repele.
Promessas de sangue, o sangue que desce os sete andares e encontra por fim a rua da cidade, liberdade, corre por suas valetas e chega à praça, a praça, sim, e pulsa, espera ser colhido, tomado, fazer parte novamente dessa humanidade! Ali, pulsando no real, na sarjeta tão mais viva que o chão branco! Sim, sua cor ali é mais pura! Cor brasil, cor gente, cor vida!

Ok, eu prometo.